Por: Gonzaga de Canindé.
Para sintetizar a empatia entre Arievaldo e o cordel, basta
dizer que o livreto popular entrou na vida do cordelista, antes da também
popular, “carta do ABC!” Morando no lugarejo denominado “Ouro Preto”, sertão
quixeramobiense, o multifacetado autor, bebeu da fonte revigorante seiva cordeliana,
através de sua avó matriarca dona Alzira, ávida por novidades ¬as malas dos
cordelistas, no mais das vezes, simples e humildes “folheteiros”- estes
prosaicos “entes” eram quem traziam as “boas novas” digo: Romances, por ocasião
dos festejos de São Francisco de Canindé, a “Meca Cearense”. Dizem os
familiares que o Arievaldo era guloso! Os cordéis adquiridos pela genitora do
“seu” Evaldo, outro devorador leiturante de almanaques e cordéis... Esse
convívio foi marcante para ô despertar do talento, do citado mestre, que teve
uma passagem meteórica entre o leitor e o autor de futuras obras de fôlego como: cordéis,
livros, almanaques etc. Quem teve o prazer de conversar e de conviver com o Arievaldo ainda nos anos 70/80 , sabe o
quanto já era promissora a trajetória daquele garoto de “Calças Curtas” que
tinha o “topete” de entrar em conversas de gente grande... Aqui, não há espaço
para nominar os títulos de cordéis em parceria, nem os de sua lavra, tampouco,
os livros editados com absoluto sucesso! Arievaldo vai tangendo a lira fecunda,
fabricando estórias que viram historia! Palestrante de largos recursos troca
muitas vezes os artifícios da tecnologia de ponta, para no jargão popular,
incursionar pelas beiradas do gracejo puro e simples... Admira que com credencial
tão eloqüente não tenha surgido algum “pregoeiro” para saudá-lo, por ocasião do
surgimento de mais esse rebento! O Ari – Ari Evaldo Viana Lima – transita livre,
lépido e solto por todos os ciclos do cordel indo do gracejo a historia e a
critica social, fazendo uma literatura popular oral e impressa de excelente qualidade,
pois ama verdadeiramente o que faz.
Finalizando, ouso afirmar: Fazer cordel é mister/de quem vive atento/Um operário do belo/que não conhece o lamento/Faz poesia meritória/Galga, lugar na história/Tem mestre ¬ o pensamento!.
O freguês pode até dizer que eu não tenho método (ou será mérito?...) ao escrever. Pode ainda, dizer que me falta estilo! Não pode é dizer que me aposso da produção ou da estilística alheia... Como é comum por ai afora. Faço o que ensinou Paulo: ¬Leio tudo e “separo o bom do ruim...”
Agradeço as referências elogiosas do poeta, parceiro e amigo Gonzaga Vieira, o GONZAGA DE CANINDÉ, que conheci nos primórdios da década de 1980. Travada a amizade, logo começamos a fazer cordéis em parceria, nos bancos do jardim zoológico de Canindé, mais precisamente, vizinho à jaula dos LEÕES. Coisa premonitória, hein Gonzaga. Pensar e poetar nesse país é coisa muito perigosa e não estamos isentos de uma boas abocanhadas dos Leões, inclusive do IR, que de uma forma ou de outra se impõe até sobre os magros direitos autorais que recebemos das editoras. Valeu, poeta.
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