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sexta-feira, 6 de março de 2015

Um tangerino do Cordel



Na trilha da pesquisa: Um tangerino do cordel!
                                                                          
                                                                                    Por: Gonzaga de Canindé.

Para sintetizar a empatia entre Arievaldo e o cordel, basta dizer que o livreto popular entrou na vida do cordelista, antes da também popular, “carta do ABC!” Morando no lugarejo denominado “Ouro Preto”, sertão quixeramobiense, o multifacetado autor, bebeu da fonte revigorante seiva cordeliana, através de sua avó matriarca dona Alzira, ávida por novidades ¬as malas dos cordelistas, no mais das vezes, simples e humildes “folheteiros”- estes prosaicos “entes” eram quem traziam as “boas novas” digo: Romances, por ocasião dos festejos de São Francisco de Canindé, a “Meca Cearense”. Dizem os familiares que o Arievaldo era guloso! Os cordéis adquiridos pela genitora do “seu” Evaldo, outro devorador leiturante de almanaques e cordéis... Esse convívio foi marcante para ô despertar do talento, do citado mestre, que teve uma passagem meteórica entre o leitor e o autor de futuras obras de fôlego como: cordéis, livros, almanaques etc. Quem teve o prazer de conversar e de conviver  com o Arievaldo ainda nos anos 70/80 , sabe o quanto já era promissora a trajetória daquele garoto de “Calças Curtas” que tinha o “topete” de entrar em conversas de gente grande... Aqui, não há espaço para nominar os títulos de cordéis em parceria, nem os de sua lavra, tampouco, os livros editados com absoluto sucesso! Arievaldo vai tangendo a lira fecunda, fabricando estórias que viram historia! Palestrante de largos recursos troca muitas vezes os artifícios da tecnologia de ponta, para no jargão popular, incursionar pelas beiradas do gracejo puro e simples... Admira que com credencial tão eloqüente não tenha surgido algum “pregoeiro” para saudá-lo, por ocasião do surgimento de mais esse rebento! O Ari – Ari Evaldo Viana Lima – transita livre, lépido e solto por todos os ciclos do cordel indo do gracejo a historia e a critica social, fazendo uma literatura popular oral e impressa de excelente qualidade, pois ama verdadeiramente o que faz.

Finalizando, ouso afirmar: Fazer cordel é mister/de quem vive atento/Um operário do belo/que não conhece o lamento/Faz poesia meritória/Galga, lugar na história/Tem mestre ¬ o pensamento!.   

O freguês pode até dizer que eu não tenho método (ou será mérito?...) ao escrever. Pode ainda, dizer que me falta estilo! Não pode é dizer que me aposso da produção ou da estilística alheia... Como é comum por ai afora. Faço o que ensinou Paulo: ¬Leio tudo e “separo o bom do ruim...”