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quinta-feira, 6 de junho de 2013

EM CANINDÉ, FICÇÃO VIRA MENTIRA.


                                                                               Por: Gonzaga de Canindé.

Antes de me ater ao assunto que irei tratar, gostaria de público, dizer do respeito e da consideração que eu, devoto ao frei Joazinho Sanning, OFM, operoso e dinâmico sacerdote. Pois bem, por ocasião da 3ª Conferencia Municipal de Cultura de Canindé, ocorrida na data de hoje (6/6) tendo como local o centro de treinamento do Convento de Santo Antonio de Canindé. Durante tal evento, um dos oradores que compunha a mesa, tachou o poeta cordelista Gonzaga Vieira, de MENTIROSO. O tal destempero do historiador João Sanning, foi após ler o cordel intitulado Canindé, da Lenda à Realidade, trabalho de cunho ficcional. Ele achou por bem ou por mal, dizer que o autor faltou com a verdade.  Ora senhores, desde que o mundo é mundo, que os escritores usam da ficção para narrar feitos heroicos ou circunstanciais. O cordel em tela, conta a estória de um vaqueiro que achou uma pequena imagem no capinzal, levando-a para casa e acondicionando-a em uma mala. Eis que quando o vaqueiro retorna à mala para reaver o santo, o mesmo havia sumido misteriosamente! De imediato, ele retorna ao capinzal encontrando a mesma imagem do santinho no mesmo local de antes. Isso ele repetiu varias vezes, porém, o santo teimava em voltar. Depois de idas e vindas, o vaqueiro chegou a conclusão que o santo gostava daquele local. Daí ele construir uma capelinha naquele aprazível local. Senhores, o relato aqui está em prosa, mas quem quiser adquirir o trabalho em feição cordeliana, poderá adquiri-lo com o autor do trabalho. O padre tem razão? Não vá o historiador além da história. Em outras palavras, não se pode botar os carros diante dos bois! Fechando o assunto: ¬O padre em questão, continua gozando do meu apreço, e da minha subida consideração! Paz e Bem.


Assina: José Maria Gonzaga Vieira, poeta popular, cordelista. 

4 comentários:

  1. O poeta Gonzaga Vieira é o mais legítimo representante do cordel em terras locais. Conheço seu longo trabalho em prol da permanência dessa arte em verso, que alguns teóricos de renome nem querem que se chame mais de cordel! Dedicou sua vida inteira ao tema sacro e merece mais respeito. Como não assisti à famosa conferência que defenestrou a citada obra do amigo Gonzaga, não serei leviano de tecer considerações a respeito. Porém, chamar de mentira a ficção vai contra a mais reles teoria da literatura. As lendas populares são o esteio da memória de um povo. Está aí toda a obra de Câmara Cascudo para comprovar. O exemplo foi infeliz, é o mínimo que se pode dizer. Quanto à história, se faz com documentos, não com imaginação, com esta se tecem as lendas que povoam os folhetos do poeta Gonzaga.

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  2. Minha solidariedade ao incansável bardo Gonzaga Vieira. Quando muita gente partia em busca do cordel, o GV já voltava com uma farta bagagem nesse gênero de literatura. Quando ao ataque ao poeta, convém lembrar que ele desta vez foi excomungado em público, o que não significa demérito algum. Que o endossem Galileu Galilei, Darwin, Tycho Brahe e outros nomes vítimas da fúria de religiosos. Ficou preocupado se a sanha do Sannig se voltar contra o Adamastor de Camões,os ciclopes de Homero (não o monsenhor) e outros gigantes da literatura e da mitologia.

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  3. Aproveito esse mesmo espaço, para tecer agradecimentos a todos. Pois não foram poucos os que se solidarizaram para com esse poeta, em virtude de tal acontecimento. Pois sei, e tenho certeza, de que a Igreja de Canindé está muito acima de atos dessa magnitude. São Francisco lá do alto, quiçá, esteja dizendo: ¬ Paz e Bem, irmãos!... E até, talvez por algum problema técnico, que desconheço é claro, publico aqui também o comentário enviado pelo meu dileto amigo Arievaldo Viana para meu e-mail. Grato a todos!!!


    CANCÃO DE FOGO
    Lamentável essa mania do Sr. Frei João Sannig de se achar DONO DA VERDADE e da HISTÓRIA de Canindé e viver botando gosto ruim, inclusive, em obras reconhecidamente de FICÇÃO. Caso do folheto CANINDÉ, DA LENDA A REALIDADE, de Gonzaga Vieira.

    Sei que os amigos não ignoram que nasci há menos de tres quilômetros do famoso Serrote dos Três Irmãos, gigantescos monólitos de feição similar, que ficam na divisa dos municipios de Canindé com Madalena. Nasci e me criei naquele local, convivi com a geração mais antiga, e jamais ouvi dizer que ali, em tempo algum, existissem araras, sobretudo as chamadas CANINDÉS.


    Pois bem: em 1975 ocorreram estranhos fenômenos naquela região. Uma série de estrondos resultou no desprendimento de um bloco de pedra formidável, do alto do primeiro serrote, motivando o surgimento de uma cratera, uma caverna natural, de tamanho gigantesco, é claro. Visto de longe, o tal buraco lembra a furna de uma onça ou mesmo o ninho de uma ave, mas teria que ser de pterodáctilo pra cima, porque é uma cratera que cabe um TREM. No jornal O SANTUÁRIO, edição de uns tres ou quatro anos passados, vi um artigo do sr. Frei João Sannig afirmando que aquele buraco existente no topo do serrote era um ninho de ARARA CANINDÉ, prova evidente de que as mesmas existiram em nossa região. Ora, senhores, a Araraúna Linné, de dorso azulado e peito amarelo, habita babaçuais ou regiões de várzeas. Quem deu nome ao rio e ao nosso município foram os descententes do Cacique CANINDÉ, da tribo dos Janduhys, que habitavam a distante capitania de Itamaracá. E um homem desses ainda vem falar de VERDADES??!

    ARIEVALDO VIANA

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